O jornal Folha de São Paulo lançou, recentemente, uma chamada na sua página do Facebook que dizia " Cúpula da segurança admite não saber lidar com protestos no Rio."
Não vou aqui entrar no mérito nem da reportagem nem dos protestos. Quero abordar é a questão do "não saber".
A ignorância (no sentido de ignorar, desconhecer) é inerente às pessoas. É impossível saber tudo. Mas ainda assim, uma notícia como essa causa certo furor porque, afinal, "eles deveriam saber".
Caímos, aí, na questão dos problemas estruturados e não estruturados. Problemas estruturados são aqueles cuja solução nós temos pronta. No caso da segurança pública, se alguém assalta uma loja, é obrigação das forças de segurança conduzir o infrator à delegacia (no caso de flagrante) para que tenha início a persecução penal. Se alguém comete homicídio, da mesma forma, as forças de segurança atuam para que o processo ocorra, se finalize e justiça seja feita.
Os protestos, por outro lado, são problemas não estruturados. A política e a polícia brasileiras atuais não sabem lidar com isso porque isso não aconteceu em um passado recente (pelo menos não nessa proporção). Assim sendo, é impossível que se tenha uma resposta pronta para tal.
Nos concursos, acontece a mesma coisa. Principalmente (mas não somente) quando começamos a estudar, os problemas são não-estruturados. Você normalmente não sabe qual caminho tomar ou o que fazer - porque provavelmente nunca encarou desafio parecido.
Embora você possa não ter boas respostas para esses desafios, repare que é esperado de você que tenha, mesmo que você não faça idéia do que se trata - porque hoje é proibido não saber. "Como é que você estuda há tanto tempo e não passa?" é uma frase tão comum quanto injusta. Mas reflete bem o espírito associado à manchete estampada no jornal paulista.
Isso, claro, é uma das maiores fontes de frustração e ansiedade dos candidatos - querer resolver o problema sem saber como. Os parentes esperam que você saiba. Os cônjuges esperam que você saiba. Até o momento que (e se) eles tiverem de passar por desafio semelhante.
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Minha dica? Abrace a ignorância, torne-a sua amiga próxima até que a sabedoria os separe.
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De uma certa forma, foi o que aconteceu na cena política. Segundo o jornal, o Secretário de Segurança afirmou: "Não podemos ter um planejamento rígido, engessado, porque essas manifestações são flexíveis. Não há informações suficientes para fazer um planejamento como se tem em um evento formal"
Essa é a essência da aceitação da ignorância. Entender que o planejamento não pode ser rígido é parte da aceitação do trabalho de coordenar seus estudos. Algumas respostas chegarão mais rapidamente do que as outras, mas o fundamental é poder contar com a flexibilidade do plano.
O mesmo secretario afirmou ainda que "a polícia está "aprendendo" como atuar a cada manifestação: 'A solução é intermediária. Estamos aprendendo nesse processo com coisas que não conhecemos (...)'".
Seja na segurança, nos estudos ou na vida, é fundamental reconhecer que ninguém é obrigado a ter respostas para problemas que nunca surgiram. A obrigação é de encarar o desafio com humildade e entender que os recursos existem e que parte da luta é encontrá-los e aplicá-los. Como tudo na vida, é mais difícil quando você começa e vai ficando fácil com o tempo - o segredo é a consistência.
Bons estudos e sucesso.
Fernando Mesquita
fernando.mesquita@pontodosconcursos.com.br
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